MADELYN CORADELLI

Idade: 45 anos.
Avatar: Olivia Cooke.
Nacionalidade: Britânica (Inglesa).

Madelyn Coradelli. Em carne e osso, a personificação da grande fortuna dos impiedosos, a desgraça dos pobres, o açoite que silencia e a mão que lucra. Nascida em uma das famílias mais influentes da Grã-Bretanha, foi criada como única herdeira, não apenas da riqueza dos pais, mas também do legado que carregavam nas colônias. Não foi fácil assumir o que lhe era "de direito", especialmente por ser mulher. Teve que abdicar da própria felicidade, arrancar segredos na corte do rei George e se casar com um filho da puta do alto escalão militar até finalmente se livrar dele às escondidas. Ciumenta, meticulosa, sexy e cruelmente fria, consolidou seu poder de forma brutal e crua, mantendo os americanos sob seu controle e transformando suas terras e fábricas em um verdadeiro inferno. O trabalho nunca cessava, o descanso era uma ilusão, e as surras não poupavam ninguém. Se os assalariados tinham dívidas que os condenavam à servidão eterna, os prisioneiros-escravos só podiam esperar pela morte. Era assim que enchia cofres, sem piscar: com seus bichinhos de estimação, ou melhor, porcos para abate. Arrancava cada gota de suor, cada suspiro de resistência, cada vestígio de humanidade. E sorria. Ria. Dançava. Ao contrário do que muitos acreditavam, seu lugar no paraíso já estava garantido. Todo mês, “a vadia das vadias” fazia generosas doações à St. Mary's Church para tentar apagar o passado e os erros que a incomodavam. Seu amor distorcido pelos filhos era outro tipo de complexidade. Apesar de amá-los possessivamente, não conseguia vê-los além de uma extensão de si mesma. Sua relação com eles era, muitas vezes, moldada pelo medo e pela vontade de que fossem perfeitos — afinal, levariam sua linhagem adiante.

MAXWELL CORADELLI

Idade: 33 anos.
Avatar: Jack O’Connell. 
Nacionalidade: Britânico (Inglês).

A morte o encontrou quando ele era somente um menino sonhando em ser rei e o moldou em alguém acorrentado ao desejo por sangue e à vontade de destruição. Algumas pessoas íntimas atribuem isso ao ambiente de guerra em que seu pai o inseriu antes de partir, entretanto, a verdade é que a mente de Maxwell sempre operou de uma maneira muito assustadora. Cínico e inescrupuloso, é um homem de princípios moralistas infindáveis e intenções ardilosas cuidadosamente disfarçadas sob a camada de herói. Suas palavras têm um brilho cativante e parecem ser leis. Coradelli sabe adotar a postura de um cavalheiro quando convém — o que quase o levou a se casar com a princesa da Inglaterra. Ah sim, infelizmente, o destino lhe pregou uma peça, porque a "vadia" fugiu com outro. Agora, seu maior objetivo é acabar com a suposta revolução americana e conseguir o posto de marechal para estar próximo da monarquia de novo. Mesmo que odeie Grayson Armstrong-Jones, Max sente que precisará movê-lo como uma peça em seu tabuleiro, eliminando os seus principais concorrentes e provando ser o melhor para assumir o comando. Portanto, não cruze o caminho dele se não quiser ser descartado. O ruivo não conhece limites, e qualquer obstáculo em sua jornada é uma nova oportunidade de demonstrar sua superioridade. Enxerga o mundo em termos complexos de derrota e vitória, indivíduos são ferramentas até se tornarem obsoletas. Madelyn o criou para intimidar e dominar. E suas relações, se é que podem ser chamadas assim, são transações calculadas. Afinal, a lealdade é algo que exige, mas nunca oferece em troca. Cada movimento seu, cada olhar, é pensado meticulosamente para garantir que se distancie mais do restante da humanidade, posicionando-se em um pedestal onde nenhum indigno pode tocá-lo.

MARIGOLD CORADELLI

Idade: 21 anos.
Avatar: Nicola Coughlan.
Nacionalidade: Britânica (Inglesa).

Para qualquer garota, a confiança era um dos pilares fundamentais para uma vida plena; sem ela, o que restaria seria apenas um corpo constituído por ossos, pele e um órgão reprodutor, que poderia ser ou não, funcional. Contudo, a confiança exigia algo mais, algo que chamasse a atenção, que fosse atraente, quase angelical. Infelizmente, Coradelli não possuía isso, pois em sua visão, no céu não existiam anjos gordos. Seu corpo, distante dos padrões europeus — e também dos da colônia — e seu rosto arredondado eram exatamente aquilo que os outros evitavam em uma mulher. Sem o que era necessário, como se destacaria além da aparência? Suas ideias benevolentes sobre o mundo geravam atritos com os valores pútridos de sua família, resultando em frequentes desentendimentos entre eles. Mas, apesar disso, o carinho que nutria por eles permanecia intacto, mesmo com as críticas constantes, especialmente de sua mãe, que a enxergava como uma decepção, sem perspectivas de casamento devido à "silhueta inadequada". Chamava-a de patinho feio; Mary, Marigold… do ouro ao bronze. Era devastador. A jovem sonhava em andar pelas ruas de New Bern com a cabeça erguida, sem a necessidade de se esconder nas sombras. Ela ansiava ser notada, valorizada e tratada por Madelyn como uma pessoa de verdade, não como um projeto incompleto que deveria ser descartado. No entanto, a busca incessante por uma coisa tão intangível poderia acarretar consequências irreparáveis, que destruiriam tudo o que ela havia conquistado até então e Marigold Coradelli guardava um segredo que, sem dúvida, a colocaria em lençóis sufocantes.

ELOWEN BONAVICH

Idade: 26 anos.
Avatar: Charlotte Hope.
Nacionalidade: Britânica (Inglesa).

O espelho nunca mente, e todos os dias sussurra o que o mundo já sabe: Elowen Bonavich é inigualável. Desde o primeiro sopro de vida, tomou para si toda a beleza da mãe, sem deixar sequer um resquício para a irmã caçula. Isso a definiu para sempre, tanto dentro quanto fora de casa. Intensa, narcisista e vaidosa, passa horas cuidando do próprio corpo, acreditando que a beleza é poder e que os outros lhe devem algo por simplesmente estar presente. Não suporta ser ofuscada. Cada mulher ao seu redor é uma rival em potencial, disputando espaço, adoração e bajulação. Ser a mais bonita, desejada, comentada é uma exigência. Despreza as que não considera à altura e incomoda-se com as que ameaçam seu posto. Elowen coloca vidro nos sapatos alheios, corta vestidos e destrói com sorrisos. Talvez seja por tal razão que pareça incompreensível que um homem como Stephen Bonavich ainda a ame. O casal permanece feliz. O marido a considera uma joia rara, e Elowen lhe oferece um lar. Ao menos, tenta. Três vezes carregou a promessa de um herdeiro. Três vezes a promessa se quebrou. O primeiro partiu tão cedo que mal parecia real. O segundo foi anunciado, mas se desfez antes de sentir qualquer movimento. O terceiro trouxe esperança para a família, uma promessa que durou um tempo maior, permitindo que sonhassem com chutes e inventassem nomes. E então veio o sangue. Muitos empregados juram que é justiça divina. Que Deus ou o destino não permitiriam que ela desse à luz. Que o ventre vazio é a punição de quem jamais soube amar nada além de si mesma. Elowen não se importa. Agora está grávida novamente e os médicos trarão respostas.

STEPHEN BONAVICH

Idade: 27 anos.
Avatar: Daniel Sharman.
Nacionalidade: Britânico (Inglês).

Stephen Bonavich é general de brigada das Forças Armadas e está logo abaixo do cunhado, Maxwell Coradelli, embora suas funções estejam longe do convencional. Graças a Deus. Detestaria fazer flexões, polichinelos ou dormir ao som de explosões em pleno campo de batalha de novo. Entrou para o Exército contra a vontade, empurrado pela pressão familiar, que sempre foi mais forte do que qualquer vocação. Ainda assim, chamou a atenção dos superiores por um talento improvável: conhecia plantas muito bem. Sabia exatamente quais folhas causavam febres, alucinações ou morte lenta, e passou a desenvolver venenos discretos e letais. Enquanto os outros treinavam pontaria, ele estudava raízes e flores, criando fórmulas silenciosas. Isso não lhe trouxe prestígio — os demais militares torciam o nariz para sua aparência limpa de "mauricinho" e sua aversão a armas —, mas ninguém podia negar o quanto era necessário. E, num pelotão, ser necessário basta para permanecer. Com sensibilidade natural, risada fácil e uma humildade incomum, Stephen é do tipo que decora o cheiro de quem ama e não teme as próprias lágrimas. Não se envergonha da ternura, não disfarça o cuidado, tampouco esconde quando está machucado. Nunca engoliu a ideia distorcida de masculinidade como sinônimo de silêncio emocional. Por tal razão, carrega pétalas de rosa nos bolsos do uniforme, anota pensamentos em cadernos de capa bordada e escreve longas declarações para a esposa que terminam com um "você é especial". Seu maior sonho é se tornar pai. Stephen sofreu com os abortos espontâneos e está desesperado para encontrar uma forma de fazer o novo filho sobreviver. Infelizmente, o pânico e a extrema ingenuidade podem levá-lo a histórias que não admitem testemunhas.